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Escrito no livro da vida.
20-05-2010 15:10
O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (veja Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27). Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Filipenses 4:3). Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (Apocalipse 3:5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (Apocalipse 13:7-8; 17:8).No julgamento descrito em Apocalipse 20:11-15, esses são condenados ao lago de fogo. Por outro lado, na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (Apocalipse 21:27).
O que é fruto do espirito santo.
04-06-2010 20:56Gálatas 5:22-23 nos diz:"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,benignidade, bondade,fidelidade,mansidão,domínio próprio..." O fruto do Espírito Santo é o resultado do Espírito Santo guiando a vida do Cristão. A Bíblia deixa bem claro que todo mundo recebe o Espírito Santo no momento que essa pessoa acredita em Jesus Cristo (Romanos 8:9; 1 Coríntios 12:13; Efésios 1:13-14).Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é de transformar aquela vida. É o trabalho do Espírito Santo de nos conformar à imagem de Cristo, fazendo-nos mais como Ele.
Os frutos do Espírito Santo estão em direto contraste com as obras da natureza pecaminosa em Gálatas 5:19-21: "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam." Gálatas 5:19-21 descreve a vida das pessoas, em proporções diferentes, quando elas não conhecem a Cristo e, portanto, não estão sob a influência do Espírito Santo. Nossa carne pecaminosa produz certos tipos de fruto (Gálatas 5:19-21), e o Espírito Santo produz outros tipos de fruto (Gálatas 5:22-23).
A vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e os frutos do Espírito Santo. Como pecadores, ainda estamos presos a um corpo que deseja coisas pecaminosas (Romanos 7:14-25). Como Cristãos, temos o Espírito Santo produzindo fruto em nós e o poder do Espírito Santo disponível para vencer as ações da nossa natureza de pecado (2 Coríntios 5:17; Filipenses 4:13). Um Cristão nunca vai ser completamente vitorioso em sempre demonstrar os frutos do Espírito Santo. No entanto, é um dos propósitos principais de vida Cristã de progressivamente permitir que o Espírito Santo produza mais e mais de Seu fruto em nossas vidas, e de permitir que o Espírito vença os desejos pecaminosos que se opõem aos Seus frutos. O fruto do Espírito é com o que Deus deseja que nossa vida se pareça,e com a ajuda do Espírito Santo, isso é possível!
A Vida de Oseias é o significado do perdao de Deus, para com o seu povo
05-06-2010 22:35
O livro do profeta Oséias fala em prostituição, prostituta, adultério, amantes, infidelidade, estas palavras têm a ver com o contexto da época e com a mensagem do livro. Aliança com Deus e o povo é vista como a aliança matrimonial. Na época existia a religião da fertilidade cuja divindade era Baal, que significa "senhor, patrão, dono". Baal era considerado com poder de fertilidade sobre a fertilização da terra, dos animais e das pessoas. Os reis manipularam a religião para colocar a serviço próprio os deuses. As mulheres eram empregadas como amantes nos palácios do rei e nos templos de Baal. As mulheres eram prostituídas e obrigas a engravidar cada ano para aumentar o número de homens no exército. O costume era a gravidez a cada três anos (Gn 21,8; Os 1,8), agora são obrigadas a ter filhos com intervalos menores. Os sacerdotes invadem as aldeias e as eiras, apropaiando-se das festas e dos rituais religiosos do pvo somente para garantir o aumento de produção. As moças prostituídas recebiam em troca pão e roupa, que era um meio para as famílias pobres sobreviver.Os sacerdotes e os falsos profetas sustentavam esta situação de prostituição
Gomer, esposa de Oseías (representa as mulheres prostituídas), foi levada aos "lugares altos" da prostituição sagrada, onde foi prostituída para regar filhos e filhas para o rei. Torna-se mãe solteira. Gomer, a moça com quem Oséias casou, não era prostituta, nem mulher adultera ou infiel no sentido de hoje. Era uma moça prostituída vitima do sistema dos reis que pervertia a vida, o casamento, a família e a religião. Oséias quer resgatar Gomer do culto à fertilidade a Baal, mas as dividas e a opressão do rei, dificultou esta tarefa. A experiência do amor levou os dois a descobrir os enganos da propaganda da monarquia e a sofrer como casal a experiência opressora do sistema. Gomer e Oséias são um casal profético que é vitima e denuncia o sistema de prostituição sagrada.
O livro de Oséias está divido em duas grandes partes (1-4 e 5-14). O capitulo 4 parece ser o elo das duas partes entre Oséias 1-3 e 5-14. O capitulo 4 é uma critica aos sacerdotes já que representavam o estado. A idolatria justificava as relações de opressão, prostituição e exploração. Oséias é um profeta anti-idolátrico, não aceita sacralizar nem mistificar a história e manter a opressão.
O texto atual de Oséias não nasceu da noite para o dia. Teve um longo processo. Surgiu pelo menos em quatro momentos distintos. A maior parte do livro é obra dos discípulos do profeta.
a) Palavras do profeta no século 8 a. C. As palavras do profeta são uma mistura de critica social e critica religiosas. Critica compartilhada com os profetas da época, Amós, Isaías (1- 45), Miquéias.
b) acréscimos e releituras durante o século 7 a. C. O momento da releitura de Oséias se dá no ano 722 a C. após a destruição da Samaria pelos assírios que provocou muitas mortes,destruições e deportações. As palavras da critica social de Oséias também sobre releitura.
c) releituras no tempo do exílio (586-538 a. C. ) com a destruição de Jerusalém pelos babilônicos, surge a época da autocrítica do povo para uma reorganização.
d) releituras no pós-exílio (538-400 a. C.) com o retorno da Babilônia para Judá inicia-se a reconstrução da cidade de Jerusalém e o templo. Os persas permitem a reorganização cultural e religiosa, mas não política. Agora o profeta e relido em torno ao templo e aos sacerdotes.
1,2-9 Uma dolorosa história conjugal Oséias recebe a ordem de tomar uma mulher da prostituição sagrada chamada Gomer e de ter filhos da prostituição com ela. Na simbologia do texto Oséias atua em nome de Javé e Gomer representa o povo de Israel. Os filhos recebem nomes simbólicos. O nome simbólico dos filhos de Oséias reflete, nesse momento da história, os sentimentos de Deus para com Israel: Jezrael significa "Deus semeia" é o vale onde Jeú derrotara a dinastia anterior; mas esse rei, apesar do sangue derramado, não mudou em nada a situação do país; a filha Lo-Ruhamá «Não-Compadecida» expressa a atitude de Deus desprezado, o qual não terá compaixão por aqueles que o abandonaram; o filho Lo-Ammi «Não-Meu-Povo» mostra que está rompida a Aliança entre Deus e seu povo escolhido. Por causa de sua dolorosa história conjugal, Oséias se torna uma parábola viva das relações entre Javé e seu povo. Ao amor fiel, Israel responde com a infidelidade, procurando outros absolutos («prostituição»). Javé, porém, não abandonará seu povo; um dia, este cairá em si e voltará ao seu Deus. O amor de Oséias por uma mulher infiel se torna sinal de Deus para anunciar a infidelidade do povo. Uma dolorosa realidade pessoal se transforma em poderoso símbolo da relação entre Deus e seu povo escolhido.
Por que Gomer está na prostituição? Como entender a Ordem de Deus de casar com Gomer? Qual é o nome e significado das crianças?
2,1-15 Releitura -Você é meu povo. Este é um texto feito por releituras feitas em épocas posteriores ao capitulo 1. Achar que a mulher é sinônima de peado, idolatria e prostituição parte deste texto de Oséias. Para neutralizar as maldições, os sacerdotes que compilaram os escritos proféticos no pós-exílio mudaram o nome dos filhos, para mostrar que, após as ameaças e castigos, vem à promessa da salvação e de vida. A Aliança é renovada e os reinos de Judá e Israel, antes inimigos, agora se reúnem. Diante de um amor desprezado, a primeira atitude é relembrar os desmandos cometidos pelo parceiro infiel. A infidelidade, aqui, se deve ao culto a Baal, que era a divindade da natureza entre os cananeus; Javé é deixado de lado, quando se trata de pedir a fertilidade da terra e reconhecer as grandes colheitas. O profeta vê, então, na seca e nas más colheitas, o amor ferido de Javé que castiga o povo infiel. A tentativa de esquecer a esposa é inútil: o amor é maior que a humilhação e provoca a esperança de que ela mude de atitude.
Como é vivida a experiência humana sofrida por Oséias e que o levou a descobrir a vocação profética?
2, 16-25 O amor renovado traz uma nova experiência com Deus Retomar a caminhada exige passarpelo desrto (v. 16) O caminho da fertilidade passa pelo deserto é o lugar mítico distante do culto a baal. Passar pelo deserto é retomar a aliança (v. 18) A mudança começa no deserto. A mulher era considerada propriedade do marido (cf Gn 20,3). É o que Deus faz com seu povo: relembra os tempos quando o libertou da escravidão do Egito, fazendo com ele uma aliança no deserto; agora, mais uma vez, promete-lhe a paz (v. 20) e a abundância (vv. 23-24) na terra da promessa (v. 25). No contexto político, econômico e religiosos a profecia de Oseías se insere contra a ordem estabelecida como um grupo de resistência ao sistema do século oitavo.
Qual é a experiência mais bonita do texto e por que? O que significa a mudança dos nomes das crianças?
3, 1-5 Ruptura com o sistema Este capítulo retoma a história do casamento de Oséias, que deve buscar Gomer e trazê-la de volta pagando o preço do resgate contraído provavelmente por Deblaim pai dela. Como Gomer se vê livre da dívida e abandona a prostituição sagrada, também o povo estará livre dos reis e dos opressores. O texto Indica um tempo de prova, para que a mulher demonstre seu amor e fidelidade. No nível simbólico, é Javé submetendo à prova a fidelidade de seu povo: a monarquia desaparecerá juntamente com os lugares de culto.
Como transparece o relacionamento com Deus no texto a partir do amor conjugal?
4,1-19 Uma sociedade prostituída A prostituição é muito usada em Oséias tem vários sentidos: indica as relações internacionais proibidas, as infidelidades de Israel, a corrupção generalizada e a "prostituição sagrada". Tanto a terra como seus habitantes sofrem as causas dessa «prostituição». E a base para a denúncia do profeta é a violação do decálogo: matam, roubam, levantam falso testemunho, cometem adultério, tomam o nome de Deus em vão. Em Israel, os sacerdotes têm dupla função: presidir ao culto e instruir o povo segundo as normas da Aliança (v 9-10). Oséias os acusa de não instruir o povo, para que este multiplique suas faltas e ofereça mais sacrifícios para se livrar de seus pecados. Desse modo os sacerdotes acabam lucrando às custas da ignorância do povo. Por falta de instrução (v. 14), o povo abandona o projeto de Javé para se prostituir, isto é, para fazer aliança com ídolos, os falsos absolutos que geram todo tipo de corrupção, levando o povo a perder a própria dignidade. A prostituição sagrada era uma prática, através do culto de fertilidade a Baal a fim de ter mais filhos para aumentar o exercito e o aumento da produção.
Que sintomas de uma sociedade prostituída aparem no texto? Como prostituímos hoje a natureza e criação?
5,1-15 As autoridades levam ao povo a perdição Há uma critica contra as autoridades de Israel. Além do povo («casa de Israel») e dos líderes religiosos («sacerdotes»), agora Oséias se dirige também aos líderes políticos («casa do rei»). Os governantes são culpados porque, juntamente com os sacerdotes, apresentam ao povo falsos absolutos, causando assim um clima de corrupção e perversão em todo o país («espírito de prostituição»). Esse clima impede enxergar o caminho certo e tira até a possibilidade de conversão. O culto, então, se torna vazio, sem nenhum sentido.Oséias afirma a fé exclusiva em Javé. Estamos na época em que os reinos do Norte (Efraim) e do Sul (Judá) procuram conquistar novos territórios, inclusive disputando entre si o território de Benjamim. Nessa luta fratricida, os dois reinos buscam o apoio das potências estrangeiras, violando o pacto que deveria reinar entre os reinos irmãos e provocando, assim, a ira de Javé. Tal projeto político jamais poderá dar bons resultados, porque o próprio Javé se comporta como inimigo. No entanto, Javé ficará sempre à espera de que ambos se convertam e o procurem.
Quais são as acusações feitas às autoridades da época? Segundo o texto o que significa possuir um espírito de prostituição?
6,1-6 Certeza Divina Na hora do aperto, recorre-se facilmente a Deus, aparentando plena disposição. Deus, porém, não se deixa enganar por uma conversão superficial e passageira; o que ele quer é mudança radical, que se expresse numa prática de vida e não em simples ato de culto. O v. 3 constitui um convite ao conhecimento de Javé. Oséias compreende a relação entre Deus e o povo como uma relação de casamento. O povo de Israel é uma esposa que se prostituiu, afastou-se do marido e, na sua infidelidade, não consegue mais sequer conhecê-lo. O convite a conhecer a Deus implica o retorno à relação de fidelidade com Javé, de acordo com a Aliança realizada no Sinai. Para conhecer, é preciso fazer experiência. A esposa conhece o marido porque se relaciona com ele, ama-o, sente-o fisicamente, partilha ideais e caminha junto... O povo de Israel é convidado por Oséias a retomar a relação de amor que fora quebrado pelo abandono do projeto de Deus: lideranças e povo são chamados a buscar a Deus e seu projeto e assim, na fidelidade como de esposa, voltar a experimentar Deus com amor exclusivo e constante. O esforço para voltar à relação de amor com Javé baseia-se na certeza de sua chegada: certa como a aurora, como a chuva que molha a terra. Apesar da infidelidade de Israel, Deus continua sempre fiel, geração após geração. Mas essa certeza não pode ser subterfúgio ou motivo de acomodação. (v. 4). O Deus da Aliança exige fidelidade, amor exclusivo e contínuo, e não pode fazer a parte que seu povo, por infidelidade, recusou-se a fazer. Javé constata que o amor de Israel e Judá não é duradouro e consistente: o amor do seu povo é como a neblina da manhã que desaparece e como o orvalho que logo se evapora. O julgamento de Deus (v. 5) ao longo das gerações, portanto, foi, é e será sempre justo: castigo, morte e condenação são fruto da infidelidade do próprio povo, que afastando-se de Deus e seu projeto para servir a outros deuses e outros projetos, não construiu uma sociedade fraterna e justa que espelhasse a vontade de Javé.(Deus) Retomar a relação de amor com Deus, assim, não coincide com um propósito momentâneo em tempo de dificuldade. Influenciado pelo culto cananeu, o povo de Israel recorria a Deus na dificuldade, oferecendo sacrifícios e holocaustos para obter os benefícios divinos. Mas o Deus da Aliança não se compra com oferendas; ele não é obrigado a "recompensar" com benefícios àqueles que, no culto, lhe oferecem sacrifícios. O que ele exige é bem mais que a oferta de coisas materiais no culto: é o amor constante nas relações, o conhecimento de Deus, experimentado no amor, na liberdade e na vida que ele deseja para todos.
6,7-7,12 Violação da aliança Neste oráculo, os principais culpados da violação da Aliança continuam sendo os sacerdotes: para sustentarem ou provocarem uma situação que lhes interessa, são capazes de comandar assassínios, roubos e até idolatria. Quando tudo parece que vai melhorar, lá estão eles de novo, fomentando corrupção. (vv 3-7) Os sacerdotes não se contentam com as corrupções sociais e religiosas; incentivam secretamente golpes de Estado que os favoreçam para manterem suas situações privilegiadas. Com isso, as bases da sociedade estabelecidas na Aliança com Javé são todas desrespeitadas ou esquecidas. (vv 8-12) No reino do Norte (Efraim-Israel) há também divergências quanto ao rumo que o país deve tomar em sua política internacional: qual grande potência escolher como aliada? Assíria ou Egito? Oséias vê, nessas alianças com os grandes impérios, não só uma ingenuidade política, mas uma nova forma de idolatria: absolutizar os poderes humanos, temendo-os e colocando neles a própria sorte e segurança.
8,1-14 Javé é o único Deus Nestes oráculos, a transgressão da Aliança e a rejeição da Lei de Deus se caracterizam pela violação do primeiro mandamento: «Não terás outros deuses diante de mim» (Ex 20,3; Dt 5,7). Os ídolos se multiplicam e se avolumam em Israel: o bezerro de ouro se transforma em divindade que protege a economia (vv. 5-6); os golpes de Estado e o poderio militar são considerados como elementos absolutos de segurança nacional (vv. 4 e 14); a segurança externa é depositada nas alianças com nações estrangeiras (vv. 9-10). Assim, o culto a Javé se esvazia, desligado de toda a realidade econômica e política (v. 13). Oséias vê tudo isso como esquecimento daquelas bases da nova sociedade estabelecida por Moisés no deserto e como retorno à época da escravidão no Egito (v. 13). E tudo isso leva o país a uma situação cada vez mais caótica, que favorece a avançada do grande inimigo: a Assíria (vv. 7 e 10).
10,1-10 Ilusão da prosperidade Deus tinha um projeto para o seu povo e o realizou completamente, dando-lhe vida e prosperidade (parreira exuberante). Israel, porém, ficou sempre dividido entre os apelos de Javé e a sedução dos deuses cananeus, entre a confiança em Deus e a política de interesses, que produzia a injustiça, entre a obediência interior à vontade de Deus e um culto puramente exterior. Essa duplicidade acabará levando Israel para o exílio.
Oséias (v 9-10) interpreta a seu modo o episódio de Jz 19-21. O duplo crime aí cometido tornou-se um pecado cujas conseqüências ainda se farão sentir. Como lá, os povos se reunirão para castigar uma culpa que se avoluma através dos tempos.
Quais são as imagens usadas para identificar o momento da prosperidade? Quais as usadas para apontar a vontade de Deus?
10, 11-15 Construir novos relacionamentos Semear conforme a justiça e colher o fruto do amor, já que os que semearem a injustiça, colherão a violência e o pecado. Respeitar o ciclo do plantio e não acumular latifúndios improdutivos. Cultivar a impiedade é não respeitar a terra e o direito de todos ao uso do solo, provocando assim a injustiça e a mentira. Por outro lado, a confiança idolátrica no poderio militar aumenta a competição com potências internacionais, que acabam provocando a derrota e a deposição do poder político.
Quais são os dois tipos de semeadura no texto? O que diz o texto para aqueles que confiam nas ramas?
11,1-11 Amor paterno-materno de Deus Oséias compara a relação entre Deus e Israel como a relação que existe entre pai-mãe e filho. Embora não compreendido, Javé permanece fiel e, no seu amor, continua sempre de braços abertos para receber o filho de volta. Javé tem uma relação especial por Israel desde os tempos de Egito através da aliança que sempre tem dois lados: gratuidade e compromisso. Os vv. 10-11 são um acréscimo pós-exílico. Javé reúne seus filhos dispersos e ruge como leão para espantar os inimigos. Afirmar que Javé é o único é síntese de um longo processo de caminhada e amadurecimento. Oséias marca polemica contra Baal que era considerado deus da fertilidade e dos ventres.
12,1-15 Reler a caminhada do povo O texto mostra o momento histórico. As grandes potencias estão em guerra (Egito e Assíria). A política mentirosa e os meios desonestos que Israel usou para enriquecer-se tiveram seus precedentes no comportamento astuto, orgulhoso e hipócrita de Jacó, seu antepassado (cf. Gn 25-32). A essa figura ambígua de Jacó, o profeta opõe o tempo do êxodo, a palavra dos verdadeiros profetas (v. 11) e a pessoa de Moisés (v. 14).
Quais são as figuras e os momentos históricos segundo o texto? Conseguimos ler a presença de Deus na realidade e caminhada histórica?
13,1-15 A fé em Javé vai contra a idolatria. A fé em Javé se tornou exclusiva, pois Ele é o único e verdadeiro. Os outros deuses são considerados subalternos e inferiores. Este texto faz polemica com o deus Baal. Os vv 1-3 mostram a tribo de Efraim como a mais influente na política do reino do Norte. Oséias, porém, acusa-a de corromper o país através de cultos idolátricos (cf. 1Rs 12,28-31). Oséias critica Israel por haver trocado o Deus do êxodo, que provoca liberdade e vida, por um sistema político absolutizado, que gera escravidão e morte. Abandonando o Deus pastor, este se torna uma fera que ameaça o rebanho; e quem poderá salvar-se? (vv 4-11) A ruína de Israel está chegando. Deus oferece uma última chance de salvação; mas a situação é tão grave que já não há mais esperança: o reino do Norte será devastado pela Assíria (vento do Oriente»).
14,1-9 Conversão e renovação O texto é constituído por uma revisão total e releituras. O final do livro nos remete ao seu início: o objetivo da pregação de Oséias é provocar a conversão. A esposa infiel (Israel) não só é reprovada e censurada pelo esposo fiel (Javé) irado, mas é também, e principalmente, cortejada e convidada a retomar seu amor verdadeiro e deixar seus amantes, sua prostituição. Desse modo, a palavra-chave do livro é converter-se, voltar. De fato, nestes últimos oráculos, há uma chamada à conversão ( 2-3a), uma confissão do povo ( 3b-4) e o perdão divino (vv. 5-9). Também fica mais uma vez evidente quem são os «amantes» que levam um povo à «prostituição»: é a política de submissão a potências estrangeiras, a confiança no poderio militar e o culto a outras divindades; em nada disso se podem encontrar a certeza de uma recuperação política, um florescimento econômico e até mesmo a salvação. Podemos concluir que todo o livro de Oséias gira em torno do primeiro mandamento do decálogo. Quer levar o povo a ver em Javé e não em outros deuses a fonte da vida do povo.